sábado, 24 de março de 2012

sobre rodas, shows, lugares e gente


Um diário a bordo em uma pequena turnê no Nordeste

Saímos de Vitória da Conquista dia 14 de setembro de 2011 rumo a uma grande aventura musical. O grupo foi selecionado para apresentações na V Mostra da Canção Brasileira Independente do BNB. Apesar da ansiedade tínhamos a certeza de que conseguiríamos fazer um bom trabalho, afinal, o grupo se reúne para ensaios três vezes por semana, o repertório está afiadíssimo e o grupo em perfeita sintonia no palco. Mas, viajar quase 5.000 km em 08 dias cumprindo agenda de cinco shows a bordo de uma VAN , não deixa de causar ansiedade. Abro um parêntese para falar sobre a VAN, uma quase casa móvel, com lanchinhos variados, TV, DVD, Play Station, MP3, paradinhas para fotos e xixis, rapidamente se transformou no lar da família Catrupia, Davi adorou é claro. 
Dormimos a primeira noite em Cabrobó, PE com direito a churrasco de bode na pracinha (linda!) onde tinha um telão exibindo futebol, os meninos é claro não perderam um lance, kkk. Logo cedo partimos para nossa primeira apresentação: Sousa, PB. Chegamos ao finalzinho da manhã e logo procuramos um hotel, nos instalamos e seguimos para um restaurante onde tinha um delicioso baião de dois e é claro carne de bode assada. Descobrimos rapidamente que em Sousa tem um parque arqueológico o “Vale dos Dinossauros” com pegadas, fósseis e muitas histórias, ficamos encantados, mas tínhamos que correr pro hotel e aí um banho, um cochilo e lá vamos nós para o teatro do BNB.  Público receptivo, Técnicos atenciosos e Rayza fazendo a luz e a fotografia. Foi lindo demais! O boi e Véa Chica dividiram o palco do teatro com a Catrupia e a platéia curtiu demais a ciranda e as histórias de Alisson Menezes.
A viagem estava apenas começando, caímos novamente na estrada e nossa próxima parada seria em Juazeiro do Norte, CE terra do Padim Ciço (Padre Cícero), de muita religiosidade, negócios e fé à qual nos apegamos para suportar o calor e o cansaço que já começava a rondar o grupo, mas vamos em frente. Chegando a Juazeiro, dessa vez deixamos de lado as iguarias da culinária local e optamos por saladinhas e comidas chinesas do shopping, afinal precisávamos de algo leve que gerasse disposição na subida para a estátua do Padre Cícero. Gente! Vale muito à pena conhecer aquele monumento e sentir a forte energia que emana de seus fiéis e daquele lugar, sem falar na maravilhosa visão que temos da cidade quando estamos lá no alto. Bom, nosso tempo era corrido, então algumas lembrancinhas pra família, umas fotos de registro e a Catrupia desce a ladeira (e que calor!) rumo ao Centro Cultural do BNB, o teatro fica no 6º andar do prédio e tem uma instalação bem legal, com camarim amplo e eba! Ar condicionado e por isso nos organizamos fazendo uma rápida hospedagem por lá mesmo pois seguiríamos viagem ao final do show, Baturité é longe e o show seria no dia seguinte, então avançaríamos um pouco mais na noite e dormiríamos em Iguatu, CE. 
Mas, o show em Juazeiro do Norte, ah! O show! O público cantou e dançou ao som de músicas que para eles eram inéditas, mas que eram prontamente absorvidas e parecia já fazer parte do repertório local, numa completa interação entre artistas e platéia, bonito de se ver. Acaba o show e a celebração continua com a galera esperando na pracinha em frente para um bate papo, com direito a autógrafos, fotos e muita troca. Foi o tempo também para um gostoso lanche e lá vamos nós para dentro da nossa casa-VAN-móvel, todo mundo se acomoda e os comentários sobre a noite refletem a alegria de todos por estarem ali vivenciando aquele momento de colheita e plantio. Eis que surge majestosa e imponente a D. Lua, iluminando o céu e a terra por onde ainda por um bom tempo estaríamos rodando naquela noite de festa. 
Ufa! Viajar a noite por uma estrada desconhecida e sinuosa depois de um show lindo e empolgante nem dá sono e foi assim cansados e loucos por uma cama macia que chegamos em Iguatu na madrugada do dia 17, teríamos ali um breve descanso e logo mais a noite mais um show, dessa vez em Baturité. Fomos muito bem recebidos por lá por Vanildo, um cabra que emana bondade e entusiasmo e que de cara adotamos como parte da nossa família. E que lugar lindo ele nos levou para almoçar, uma comida boa que só e pra nossa surpresa, não teve carne de bode, mas o baião de dois, esse não podia faltar. Seguimos com Vanildo pro hotel, um banho e nada de descanso, era hora da passagem de som, esse cabra bom da peste que é Vanildo e mais a galera da AGUA (Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga, Pontão de Cultura e realizadora do Festival Nordestino de Teatro) que estavam presentes no evento providenciaram tudo e mais um pouco do que precisávamos para o show. 
O melhor de tudo em Baturité na verdade foi o passeio no dia seguinte em Guaramiranga, cidade belíssima com mais ou menos 5.000 habitantes, que fica no alto de uma serra e onde tem festival de jazz, museu de fotografia, um grupo fantástico (que Vanildo também faz parte) o Tambores de Guaramiranga, tem a sede da AGUA, lugar onde a cultura faz morada e não pede pra sair. Acho que queremos morar um pouco por lá. Depois do almoço, sempre falo da comida porque segundo os sábios “saco vazio não pára em pé” e porque a comida do Ceará é aquela combinação perfeita da fome com a vontade de comer, bom, depois do almoço, de muitas fotos e comprinhas na feirinha de artesanato local, é hora de fazer a digestão na estrada, teríamos a noite o que pensamos ser o “grande” evento da nossa viagem o show no Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza. 
A viagem a caminho de Fortaleza com Vanildo a bordo da nossa casa-VAN-móvel guiando e batendo papo com nosso motorista que sempre “resolvia o problema”, trouxe para nós o que seria o lugar mais impactante dessa viagem, o “Museu Sensala Negro Liberto” na cidade de Redenção, CE, a fazenda que primeiro libertou os escravos no Brasil e que até hoje mantém intacta as instalações tanto da casa grande como da senzala. Ali demos de cara com parte da história do povo que fez a história do nosso Brasil. Todo sofrimento e humilhação vivida pelos negros daquele lugar mexeram conosco e inevitavelmente o sorriso deu lugar às lágrimas revelando naquele momento toda a angústia, indignação e tristeza que sentimos pelos sofrimentos causados aos nossos antepassados. Em silêncio seguimos viagem até a entrada de Fortaleza, onde o burburinho volta a reinar e o Dragão do Mar com sua suntuosa grandeza recebe os sons e as cores da Catrupia. Uma noite agradável, onde quase esgotamos os nossos CDs, e mais uma vez sentimos nos olhares e nos gestos do público presente, a alegria de estar participando e fazendo a folia conosco. Ops! Vale ressaltar que mais uma vez contamos com o apoio e carinho do nosso irmão Vanildo.
Em Fortaleza um hotel bem legal com direito a piscina e tudo mais, Davi e Rodrigo não se fizeram de rogados e tchibum! Enquanto isso Rayza e Daniela a beira da piscina, decidem se perdem ou não as fotos do cartão de memória, até agora não conseguiram encontrar, ai, ai.  O grande desfecho dessa viagem vem em Itapipoca e com o grupo Dona Zefinha que consegue com muito trabalho, bom humor e um repertório de atividades fazer com que nos sintamos em casa. 
Fomos recebidos com muito carinho, e A casa de Teatro D. Zefinha já estava devidamente preparada para o show da Catrupia a noite. Com o final da tarde uma brisa gostosa chegou acompanhada do público que veio conhecer a “banda” da Bahia. Sucesso total! o boi brincou com o povo, os tambores rufaram e a troca de energia e informação entre os dois grupos e o público foi total. 
Dia seguinte, pegamos a estrada, felizes e com a missão cumprida, acabava ali a primeira turnê da Catrupia. Uma longa e cansativa viagem de volta, na mala muito mais que saudades, intrumentos e canções, mas a certeza de que Alisson Menezes e a Catrupia ainda vai dar muito que falar.

Eleusa Couto.
setembro, 2011

terça-feira, 13 de março de 2012

Flyer do Show da Catrupia em Jequié 30/03/2012

Já saiu o flyer do show da Catrupia em Jequié. Saiba todos os detalhes e as outras atrações da noite e marque presença nessa folia!

SERVIÇO:
Festival Arte Popular e Folclórica
Data: 30 de Março
Hora: Às 18 horas
Local: Praça Ruy Barbosa - Jequié Ba
Entrada: livre

sexta-feira, 2 de março de 2012

Show da Catrupia em Jequié 30/03/2012

Festival valoriza Arte Popular e Folclórica no Médio Rio das Contas e Vale do Jiquiriça


Foto: Rayza Lélis
Músicas, danças, artesanato, reisados, exibição pública de vídeo-documentário, apresentações populares e folclóricas comporão o 1º Festival de Arte Popular e Folclórica do Médio Rio das Contas e Vale do Jiquiriça a ser realizado nos municípios de Jequié (30/3/2012) e Lafaiete Coutinho (27/4/2012), sempre a partir das 18h, em praças públicas. O projeto patrocinado pelo Fundo de Cultura da Bahia, através da Secretaria da Cultura do Estado e Secretaria da Fazenda, com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Jequié e Prefeitura de Lafaiete Coutinho, através da Diretoria Municipal de Cultura, tem como objetivo principal divulgar as diferentes manifestações culturais e artísticas do interior do estado. Este ano, primeira edição do projeto, terá como foco à musicalidade e as tradições populares e folclóricas. A mostra, não competitiva, conta com direção de produção executiva de Alysson Andrade e produção de Sandoval Bulhões Marques com a pretensão de celebrar a cultura popular, envolvendo as diversas manifestações, tais como: o reisado, o repente, a pila do pilão, rodas de capoeira, exposição e comércio do artesanato, mulinha de ouro, a música dos cantadores e o ritmo típico dos instrumentos musicais, como a gaita, o triângulo, o tambor, cantigas de terreiros, personagens do folclore brasileiro, grupos de forró pé-de-serra, dentre outros. Dentre os grupos, artistas e atividades confirmadas estão: Alisson Menezes e a Catrupia (Vitória da Conquista); Repentista Beija-Flor; A Pila do Pilão (Lafaiete Coutinho); exibição pública do vídeo-documentário O Candomblé na Cidade de Jequié, de Domingos Ailton e José Lima Novaes; Teatro Popular de Cordel com o grupo Condieiro Encantado; Cantigas e chulas de terreiros; reisado As Pastorinhas; Encenação e Leitura de Lendas do Folclóre Brasileiro; trio pé-de-serra; Bonecões de Álvaro Araújo, dentre outros.

Para visualizar a publicação na íntegra acesse http://www.cultura.ba.gov.br/2012/01/18/festival-valoriza-arte-popular-e-folclorica-no-medio-rio-das-contas-e-vale-do-jiquirica/